30-SOLO

Acredito que passe pela cabeça de todo compositor ou intérprete em algum momento de sua carreira o desejo de encarar o desafio do projeto solo.

Numa época em que a tecnologia pode transformar um celular num estúdio de gravação e mixagem, as ideias musicais podem ganhar o mundo numa velocidade muito diferente de clássicos como Conversations with Myself de Bill Evans, Switched On Bach de Wendy Carlos, Tubular Bells de Mike Oldfield e muito da obra de Vangelis e Tomita.

Não sei se há relação entre ser filho único e ter escolhido o piano como porta de entrada na música, afinal ele é um dos instrumentos que podem se bastar como fonte de expressão e há muitos discos de piano solo, inclusive o meu MundoPiano de 2019, que apresentam essa proposta. 

SOLO usa a expansão para o mundo dos teclados que aconteceu naturalmente em mais de 4 décadas de atividade profissional e que transformou o que era uma estrela numa galáxia de possibilidades sonoras.

A “orquestra” de SOLO passa a ser o meu TudoPiano Estúdio com sua coleção de instrumentos de teclado que começam em 1949 com o Hammond, passa pelos eletromecânicos Fender Rhodes, Wurlitzer e Hohner Clavinet dos anos 60, os Moogs e Prophets dos anos 70, os Oberheims dos anos 80, digitais dos anos 90 e evoluem cronologicamente até os dias de hoje, com modulares e virtuais.

SOLO não é absolutamente um desfile ostentatório de teclados (não uso todos eles em cada música!).

Muito além disso, o que o disco apresenta é a combinação de timbres e de linguagens sonoras que esses sons oferecem ao compositor, arranjador e performer de uma geração que acredita na música como forma de expressão, sabe que instrumento não toca sozinho e que música autoral é vocação, paixão e artesania.

SOLO tem muitos ângulos e perguntas que ao longo do percurso seu protagonista único tentou desvendar para cativar o ouvinte na floresta digital de sons que nos cerca todos os dias.

Num mundo de referências, tributos e “sound alikes”, ser original não é o caminho mais fácil, mas é o 

melhor para quem acorda todos os dias com vontade de falar com o mundo usando a linguagem dos sons.

SOLO é para você que não parou no tempo nem se rendeu às escolhas óbvias da vida e da música.